Pesquisadores do Instituto de Psiquiatria do King’s College London desenvolveram uma terapia por meio de avatares para ajudar pacientes esquizofrênicos a controlar um dos sintomas mais característicos do distúrbio mental: as alucinações auditivas, vozes que eles escutam quase o tempo todo em suas cabeças. O sistema de computador, de acordo com os cientistas, poderá fornecer um tratamento mais rápido e efetivo que os medicamentos farmacológicos disponíveis atualmente no mercado. Além disso, eles acreditam que o método reduzirá a frequência e a severidade dos episódios da esquizofrenia.
Em um teste piloto com 16 pacientes que fizeram sete sessões de 30 minutos cada uma, quase todos disseram ter sentido uma redução na quantidade de vezes em que as vozes se manifestaram. Três participantes relataram que, após a terapia, pararam completamente de ouvir os sons – mesmo as alucinações auditivas os tendo acompanhado ao longo de 16, 13 e três anos e meio, de acordo com cada caso.
Na primeira fase do tratamento, o paciente cria o avatar, escolhendo o rosto e a voz da entidade que ele acredita se manifestar em sua mente. O sistema, então, sincroniza os lábios do personagem com seu discurso, permitindo que o terapeuta converse com o paciente por meio do avatar, em tempo real. A ideia é que o profissional encoraje o paciente a se opor à voz e, gradualmente, controlar as alucinações.
Confiança Julian Leff, professor emérito de saúde mental do King’s College, que desenvolveu a terapia, disse que, embora os pacientes interajam com o avatar, eles sabem que não podem ser feridos, porque foram eles mesmos que criaram os personagens. “As vozes geralmente ordenam que o paciente se fira ou fira a família. Como resultado da terapia, o paciente ganha a confiança e a coragem de confrontar o avatar e, consequentemente, a lutar contra seu perseguidor”, observa. De acordo com ele, um estudo em larga escala será realizado no ano que vem.
“As alucinações auditivas são uma experiência muito estressante, muito difícil de tratar com sucesso, atrapalhando a vida dos pacientes por muitos anos”, lembra Thomas Craig, professor de psiquiatria que vai liderar a pesquisa futura. “A beleza dessa terapia é sua simplicidade e a brevidade. Se mostrarmos que o tratamento é eficaz, esperamos que se torne disponível em consultórios em poucos anos”, conta.
Fonte: O Estado de Minas
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