quarta-feira, 26 de março de 2014

A história falsificada de ‘Veja’

A Veja datada de 26/3 (edição 2.366) tenta uma reportagem especial sobre o golpe de 64. Não conseguiu produzir nada relevante para a historiografia do período. Até aí, paciência. Mas também apresenta falsificações.
Na linha do anticomunismo boboca, escreve que Luís Carlos Prestes (nem souberam grafar corretamente o nome do homem), “(...) apoiou o Estado Novo de Getúlio Vargas depois de ele ter deportado sua mulher, Olga Benário, para os nazistas” (...).
PCB propunha Constituinte
Quem consultar o Dicionário Histórico-Biográfico da Política Brasileira, do CPDOC, que oferece acesso gratuito pela internet, encontrará no verbete dedicado a Prestes, de autoria de Alzira Abreu e Alan Carneiro, formulação diferente. Prestes, em nome do PCB, propunha a convocação de uma constituinte com a manutenção de Getúlio no poder e em seguida eleição para presidente da República.
O raciocínio dos comunistas se provou acertado. O marechal Dutra foi eleito presidente da República no mesmo dia em que se elegeram deputados federais e senadores. Esses, reunidos em assembleia unicameral, votaram a Constituição, promulgada em setembro de 1946. Em maio de 1947, o registro eleitoral do PCB foi cassado. Em janeiro de 1948, os mandatos de todos os seus parlamentares: Prestes (senador), 13 deputados federais, deputados estaduais, vereadores e prefeitos (como o de Santo André, Armando Mazzo).
O país ficou com uma democracia capenga.
Prestes e o PCB não apoiaram “o Estado Novo”, é falsificação da história escrever isso.
Prestes era mau político. Em português claro, um desastre. Mas não era burro.

O ano da passeata:

“Em 1968, quatro anos depois do golpe, a indignação popular saiu às ruas do Rio depois do assassinato, pela Polícia Militar, de um estudante de 18 anos. O protesto entraria para a história como a Passeata dos Cem Mil e foi abençoado por dom Jaime Câmara, o mesmo cardeal que, anos antes, louvara os militares vitoriosos.”
 
Tudo bem que a Veja, tendo começado a ser publicada em setembro de 1968, não disponha em seus próprios arquivos de material sobre os meses anteriores daquele ano. Mas bastaria ter consultado, entre centenas de outras fontes possíveis, o notável Nosso Século (v. 5, 1960/80), da Abril Cultural, para aprender que:

Alguns fatos também saíram lascados da reportagem especial da Veja, onde se lê que 1. O secundarista Edson Luís de Lima Souto foi morto pela PM em 28 de março de 1968 e o protesto maior contra sua morte consistiu numa passeata de 60 mil pessoas que saiu da Assembleia Legislativa do então estado da Guanabara, no Centro do Rio de Janeiro, e terminou no cemitério de São João Batista, em Botafogo (Nosso Século dá 50 mil pessoas; jornais da época deram 60 mil). O enterro foi no dia seguinte ao do assassinato, portanto em 29 de março.
2. Entre esse episódio e a Passeata dos Cem Mil, realizada em26 de junho, houve centenas de outros atos políticos em todo o país. Entre eles, alguns, importantes, de sindicatos operários. Dispenso-me de enumerar os episódios.
A passeata foi um sucesso. Veja a foto da primeira página do Globo.



Agora, não sei de onde a Veja tirou a informação de que o cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, dom Jaime de Barros Câmara, “abençoou a passeata”. Lembro-me muito bem, sim, da posição do inesquecível bispo auxiliar dom José de Castro Pinto, falecido há poucos anos, homem de convicções muito firmes que liberou religiosos para ir à manifestação (na foto pequena do Globo veem-se freiras), modo de tentar protegê-la de algum tipo de repressão violenta que, felizmente, naquele momento, não ocorreu. E do padre Vicente (Vincenzo) Adamo, apoiador do movimento estudantil, que havia pertencido à Resistência italiana contra o invasor nazista durante a Segunda Guerra.

Por: Por Mauro Malin (publicado, originalmente, no Observatório da Imprensa)

GRAÇA FOSTER FALA SOBRE PASADENA

GRAÇA FOSTER CONCEDE ENTREVISTA AO JORNAL "O GLOBO" E RESPONDE SOBRE O CASO PASADENA. 



O GLOBO:Qual foi sua reação quando a presidente Dilma disse que a compra da refinaria de Pasadena, em 2006, foi baseada em relatório com falhas?
Eu entendi que a presidenta e o conselho sentiram falta de mais informações. Esse é o ponto. O resumo executivo, que é um resumo para o executivo, ao ser elaborado, a gente deve colocar todos os pontos que são pontos de atenção do processo. E foi sentido falta de mais informações. Não fiquei chateada e não fiquei surpresa. Compreendo que, muitas vezes, a gente demanda mais informações. Foi dessa forma que compreendi a questão. No resumo executivo, não consta a cláusula Marlim, que trata da rentabilidade, e não consta o put option, que trata da saída da outra parte da companhia. Esses resumos executivos ficam anexados à ata. São documentos confidenciais.

E isso seria normal?
Aí, depende do diretor que está elaborando o resumo e de quão relevante é. A cláusula Marlim é relevante, mas não teve a revamp (modernização) da refinaria. E, por isso, não teve efeito. A put option é absolutamente comum, mas distinta para cada ativo. Ela não é igual. É específica. E isso não fez parte do resumo executivo.

Foi uma falha em termos de informação?
Eu não era diretora na época (2006) e não sei quanto falta fez. Mas não pode tratar a put option de forma genérica.

Como é feito hoje?
Da mesma forma que antes. É impossível para a presidente da companhia, ao receber o resumo executivo que se prepara para encaminhar ao CA (conselho de administração), conseguir antever todos os elementos a estarem no resumo executivo. Cabe ao diretor da área tomar posição e colocar ali quais são os pontos relevantes para que o conselho possa se posicionar com conforto e que traga segurança para todos.

O que decidiu sobre Pasadena?
Ontem (segunda-feira), tomamos a decisão de abrir uma comissão de apuração interna na Petrobras sobre Pasadena. Fui eu que abri. Isso é extremamente importante para esse caso. Temos até 45 dias para poder nos manifestar em uma série de processos que já estávamos em avaliação de forma administrativa. Eu já vinha tratando disso, pois sou a diretora da área internacional e fiz várias mudanças na busca de melhorias. Essa comissão não foi aberta para saber se a cláusula devia ou não estar no resumo executivo. Entendo que a demanda do conselho de administração é correta e justa e precisa ter informações. Não é preciso fazer uma comissão de 45 dias para se chegar a conclusão sobre a importância de tê-las no resumo executivo. É muito importante que se saiba que a Petrobras tem comando. A Petrobras é uma empresa de 85 mil funcionários e tem uma presidente. Sou eu. Eu respondo pela Petrobras. Temos uma diretoria colegiada que trabalha pela busca da melhoria. E o que precisa ser investigado é investigado nessa empresa. Esse é o ponto fundamental. Aqui, tem normas, procedimentos e ela investiga.

Qual foi a gota d’água para essa decisão?
Foi um somatório de fatos. As últimas discussões sobre a relação eventual do diretor Paulo Roberto (ex-diretor) com Pasadena. Eu descobri ontem (segunda-feira) , não sabia que existia um Comitê de proprietários de Pasadena no qual o Paulo Roberto era representante da Petrobras. Esse comitê era acima do board. Depois que entramos em processo arbitral esse comitê deixou de existir.

Qual era a função desse comitê de proprietários?
Não sei ainda e esse é um ponto que a comissão está procurando, quais eram os estatutos, quais eram as atribuições, qual era o poder e onde estão as datas. Eu não sei nada.

Como a senhora reagiu a descoberta da existência desse Comitê de proprietários?
Fui surpreendida com essa informação. Eu tenho sim que buscar a informação.
Ter descoberto a existência desse comitê de proprietários, leva à alguma suspeita de irregularidade?
Nada quer dizer que possa ter havido qualquer ato falho, negativo, prejudical à companhia. Mas eu não posso. Pelo fato de ter havido esse comitê e o Paulo (Paulo Roberto) estar nesse comitê não significa que esse comitê não tenha executado as melhores práticas.

Como a senhora se sentiu ao descobrir esse comitê?
Eu não posso saber disso dois anos depois de estar na presidência da Petrobras. Eu não posso ser surpreendida com informações que me dão o desconforto necessário para que eu busque uma comissão para apuração.

Todas as informações da companhia são registradas?
Os processos da companhia são escritos e vimos num processo de melhoria sistemática. Eu tenho na área Internacional junto a área de novos negócios um procedimento de rastreabilidade de documentação. São as lições aprendidas, é preciso tropeçar para poder cuidar. Na grande maioria, na totalidade da companhia.

Mas as cláusulas precisavam estar no resumo executivo?
Uma coisa que é importante é a segurança que o diretor e o presidente passa em relação aquelas pautas. No caso de Pasadena, houve outras questões a posteriori. Então, quando você volta e procura a documentação do resumo e não esta ali, isso causa o desconforto. Eu não estava nessa reunião de diretoria. A forma que nós passamos para o Conselho dá respaldo. É impossível detalhar no resumo dezenas de pontos. Às vezes centenas de observação, ficaria algo não operacional.

Pasadena já vinha sendo analisado de forma administrativa. O que mudou agora?
Quando assumi a diretoria internacional de fato, passei a tratar os procedimentos internos. Trouxemos o máximo de discussão para minha mesa e dos gerentes executivos. Mudamos gerencias, buscamos informações em relação a Pasadena e trabalhamos o desinvestimento. Com os fatos recentes apresentados na imprensa, eu não posso conduzir mais administrativamente como diretora e com os gerentes executivos a questão de Pasadena. Foi preciso, a luz dos fatos recentes, que buscássemos a comissão para que apurasse internamente todos os pontos, documentais inclusive.
Em 2008, o conselho não recomendou comprar os 50% restantes e o caso foi para arbitragem...
O conselho remeteu o assunto para a diretoria executiva, que tomou a decisão de não aprovar e entrar na arbitragem. E entendo que foi uma decisão correta entrar na arbitragem. Eu tinha entrado na diretora em setembro e essa decisão foi em outubro de 2008. Foi na sequência.

Mas Pasadena foi um erro?
Eu preciso da comissão de avaliação. Quando você faz uma fotografia da relação que se buscou com a Astra de parceria numa refinaria no Golfo, e o que tenho de informação antes de fechar a comissão, espero poder continuar afirmado é que foi um negocio potencialmente adequado para a companhia. Não tenho bola de cristal para saber como será a economia. Cláusulas contratuais precisam ser avaliadas sim e explicitadas em algum nível ao conselho. Quando se trata da aquisição de 50%, pois foi uma parceria entre Petrobras e Astra, com valores da época e projeções da margem da época, foi um negócio que se mostrava potencialmente atrativo. Com a mudança da economia e das aplicações das fórmulas de put option, da negociação, dos valores que se apresentaram e com a queda absurda de margem, não seria um projeto que a gente repetiria.

Como viu a prisão de Paulo Roberto Costa, investigado por envolvimento com lavagem de dinheiro. E as suspeitas de superfaturamento em Abreu e Lima?
Tudo é surpreendente. E nos deixa muito reativos no sentido de que somos uma empresa de 85 mil empregados. De uma empresa que tem uma dedicação inquestionável às causas da companhia. E estamos em pé e trabalhando dedicadamente independente de questões que nos entristecem e que nos deixam tão apreensivos. Num caso desse que entendo que vai ser julgado, e não sei qual é a situação do ex-diretor, um caso desse não representa a Petrobras, definitivamente. Então, a gente espera como vai ser o desdobramento. O ex-diretor, quando julgado, não representa a Petrobras. Com certeza, me surpreendi. E tenho dito à companhia que estamos em pé trabalhando fortemente num ano de prosperidade da Petrobras, pois o ano de 2014 é o ano de prosperidade. Trabalhamos tanto para o aumento de produção, para que a Rnest (Refinaria Abreu e Lima) tenha os custos controlados. Ha dois anos que a gente pega a Rnest pelo pelo e segura a Rnest para controlar os custos. No Comperj, fizemos dezenas de simplificações para que coloque o Comperj em pé. É algo que emociona.

Terá auditoria em Abreu e Lima?
Não fizemos auditoria na Rnest. Do que acompanhamos, temos respondido aos órgãos de controle. E não há materialidade hoje que justifique auditoria na Rnest. Há uma semana vínhamos conduzindo Pasadena administrativamente. E decidimos ontem criar uma comissão. Tenho que ter absoluta segurança no que falo. E quando eu não tenho a segurança do que estou falando eu não posso mais usar os processos que vinha usando.

Essas questões afetam o corpo técnico da companhia?
Há que se respeitar o corpo técnico da Petrobras. Tem que apurar tudo que é pratica que ocasiona questionamentos. É uma empresa que busca a verdade. E é isso que vemos essa discussão toda nesse momento. E estamos disciplinadamente respondendo a todos e a tudo. Estamos falando de processos que estão sendo investigados. Quando a gente vê a presidenta Dilma e essa questão em relação a Pasadena, é um processo em que se fez o questionamento de uma documentação. Mas quantos processos adequados a companhia tem? Milhares de processos. Por isso há que se respeitar a Petrobras, há que se reconhecer a força da corporação e a sua organização.

Até o momento nada indica irregularidades em Pasadena?
Nada. Mas eu não posso não saber de alguma coisa nesse momento em relação a Pasadena. Eu não aceito, e daí vem minha indignação

A senhora está indignada por descobrir desconhecer várias coisas no caso de Pasadena?
Eu sou a presidente da companha em cima de um caso que é delicado. Não aceito descobrir que estou falando um número e o número correto é outro (valor pago nos 50% iniciais), e nem aceito tratar um assunto em que me venha um comitê, um board de representantes das partes (Petrobras e Astra) que eu não saiba. E eu não aceito isso de jeito nenhum. E não fica pedra sobre pedra, não fica. Mas não fica, não fica. Pode ficar incomodado.

Todas essas denúncias estão atrapalhando o dia a dia da companhia?
O dia a dia da empresa é de crescimento da produção. Estamos trabalhando para que a auto-estima esteja lá em cima. Mas sem fantasia, dentro da realidade da vida. Não fantasie porque o mundo é duro. Estamos trabalhando firmemente na empresa, tocando todas suas atividades. A gente trabalha loucamente. Mas meu grande propósito é que o corpo técnico da Petrobras saiba que nós estamos trabalhando fortemente para que eles tenham orgulho da nossa empresa. Eventos ruins não significam a empresa. E ainda mais estão sendo tratados, não tem nada adormecido.

A senhora acha que tantas denúncias tem algum fundo político?
Eu me abstenho disso. Não tenho elementos para dialogar sobre esse assunto. Leio sobre isso, mas eu não posso entrar num mundo que não é meu.

O momento é delicado?
Reconheço que é um momento delicado politicamente. Mas a Petrobras tem que se abstrair disso, ela precisa continuar sua luta diária para produzir mais óleo, mais derivados, para motivar a equipe, para viver no mundo real, para não falar o que não vai fazer.


segunda-feira, 17 de março de 2014

Vaticano promove busca por ETs

POR: SALVADOR NOGUEIRA
Conferência científica promovida pelo Vaticano investiga a busca por alienígenas. Quem diria?
Conferência científica promovida pelo Vaticano investiga o esforço da busca por alienígenas. Quem diria?
Veja que ironias quatro séculos são capazes de produzir. Em 1600, a Inquisição Romana queimou Giordano Bruno na fogueira, após condená-lo como herege. Uma de suas ofensas foi afirmar que cada estrela no céu era um sol como o nosso, com sua própria coleção de planetas girando ao redor dela. Esses mundos, por sua vez, seriam habitados, segundo o filósofo. Saltamos para 2014. O Observatório do Vaticano — instituição astronômica da Santa Sé — organiza nesta semana uma grande conferência científica com o tema: “A Busca por Vida Além do Sistema Solar. Exoplanetas, Bioassinaturas e Instrumentos”. O que você achou dessa?
Bruno, que nunca pecou pela discrição, certamente teria rido alto. Entre 1593 e sua execução em praça pública, ele foi encarcerado e torturado nos calabouços da Igreja. Apesar disso, recusou-se a recantar suas supostas heresias, em busca de clemência. (Galileu 30 anos mais tarde faria isso e escaparia da fogueira, ganhando “apenas” prisão perpétua.) Ao ouvir a condenação, inquebrantável, Bruno teria dito: “Possivelmente vocês que pronunciam minha sentença têm mais medo do que eu que a recebo.” O pensador italiano sabia que sua visão de mundo vinha para ficar e, mais dia, menos dia, se provaria correta. O que ele talvez não imaginasse é que os herdeiros intelectuais de seus carrascos a promoveriam com tanta pompa e circunstância.

(Sinal de que pelo menos os líderes católicos já assimilaram a lição de que brigar com a ciência e desqualificá-la, tentando manter os fiéis sob o manto pesado do obscurantismo, é, além de estúpido e desonesto, inútil a longo prazo. Quisera eu todas as lideranças cristãs encontrassem esse mesmo caminho e parassem de rechaçar fatos incontestáveis, como a evolução das espécies e o Big Bang. Ciência e fé não são mutuamente exclusivas, e nenhum dos lados deve temer o outro, contanto que cada um aceite ficar no seu quadrado.)

O interessantíssimo evento acontece na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, onde fica o Observatório Steward, que abriga o Grupo de Pesquisa do Observatório do Vaticano. A programação científica começa hoje e vai até o final da semana.

Serão mais de 200 cientistas participantes e diversos pesquisadores graúdos da astrobiologia estarão por lá, entre eles Steven Benner (que estuda a origem da vida) e Sara Seager (que investiga a possibilidade de detectarmos sinais de uma biosfera alienígena em planetas fora do Sistema Solar). Também figuram na programação a astrofísica Jill Tarter, grande campeã da pesquisa SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre), e o astrônomo brasileiro Eduardo Janot Pacheco, da Universidade de São Paulo. Ele falará especificamente sobre sua proposição de que o conceito de “zona habitável” (região do sistema planetário em que um mundo recebe a quantidade certa de radiação da estrela para permitir a existência de água líquida em sua superfície) é apenas um recorte limitado para a busca por vida fora da Terra. Ele elabora o conceito de “zona extremófila”, muito mais amplo, em que criaturas capazes de sobreviver em ambientes extremos poderiam evoluir e proliferar.

sexta-feira, 14 de março de 2014

AÇÃO FEITA NA CALADA DA NOITE PODE PREJUDICAR MILHARES DE CAMINHONEIROS



A UNICAM (União Nacional dos Caminhoneiros) encaminhou aos parlamentares a denúncia da trama que se arma contra os caminhoneiros do Brasil. Faça com que os deputados SAIBAM que você está antenado e vigilante. 

Segue a carta enviada pela UNICAM aos DEPUTADOS FEDERAIS:


Excelentíssimo Senhor Deputado Federal,
      Prezados Deputados,
               
                        A Lei 12.619/12 (conhecida como a “Lei do Descanso”) materializa uma histórica conquista para milhões de motoristas profissionais brasileiros. Trata-se de norma que foi profunda e exaustivamente debatida entre representações laborais e patronais, sendo fruto, portanto, de um inédito consenso entre interesses de empregados e empregadores. Em apertada síntese, mencionada Lei assegura aos caminhoneiros o direito a tempo de descanso; jornada de trabalho de 08 horas, dentre tantos outros direitos trabalhistas.
 
                       Não obstante todos os benefícios trazidos pela Lei, o fato é que o setor do agronegócio (preocupado com o aumento financeiro dos encargos de frete) apresentou – através do Deputado Jovair Arantes – PTB – GO - em 13/08/13 (um ano após a promulgação da Lei) o Requerimento nº 8.339/2013, que requer regime de urgência para a apreciação do Projeto de Lei nº 5.943, de 2013, que "dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no que se refere ao empregado (direitos trabalhistas incluídos através da Lei 12.619/12), e a Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito brasileiro), bem como a Lei nº 11.442, de 05 de janeiro de 2007 (Empresas e transportadores autônomos de carga), para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional, e dá outras providências."
 
                     Vale salientar, desde já e em poucas palavras, que o Projeto de Lei n. 5.943/13 tem por objetivo revogar as conquistas alcançadas pela Lei 12.619/12!
Ocorre que, mais uma vez, a categoria dos caminhoneiros foi surpreendida com as “ofensivas” do setor do agronegócio em relação à Lei 12.619/2012. Foi anunciado no Congresso Nacional (na calada da noite) que, na terça – feira, dia 18/03, será colocado em votação o PL 5943/2013, em regime de urgência, conforme requerimentos dos Deputados Jovair Arantes e Celso Maldaner.
Com efeito, pedimos apoio a TODOS OS DEPUTADOS para REJEIÇÃO da matéria, uma vez que a alteração da Lei 12.619/2012, através do PL nº 5.943/2013, vem sendo ainda discutida na Câmara de Estudos sobre o transporte rodoviário de cargas no âmbito do Ministério dos Transportes, criada recentemente pela Portaria nº 105/2013.
É importante registrar que o Projeto de Lei nº 5.943/2013, de autoria da Comissão Especial destinada a debater e propor modificações à Lei 12.619/2012, que regulamenta a Profissão de Motorista. – CEMOTOR, não condiz com os anseios e necessidades do setor de transportes e da sociedade como um todo.
Nesse contexto, entendemos que a discussão da matéria nessa Comissão Especial se deu de forma açodada, levando em consideração apenas os interesses da bancada ruralista dessa Casa, não sendo a matéria de consenso no setor de transportes, já que a proposta visa apenas o lucro de grandes empresários do agronegócio, em detrimento da saúde e segurança do motorista profissional e da sociedade em geral.
A referida norma, batizada de “lei do descanso”, reestruturou o transporte rodoviário brasileiro. O sistema de transporte rodoviário anterior, que ainda, infelizmente, predomina no Brasil, mata milhares de motoristas e usuários da rodovia a cada ano e leva centenas de milhares de motoristas ao vício em drogas para suportar a desumana carga de trabalho exigida desses profissionais. Tudo isso porque as embarcadoras e os produtores rurais querem continuar a transferir mais de 30% do custo do frete para a sociedade.
 
Esse sistema, que mata mais de 4.000 brasileiros a cada ano, colocou preço na vida dos motoristas e usuários das rodovias. Assim, a lei do descanso muda completamente este desastroso e cruel sistema, reestruturando-o sob o primado da vida e também da justiça social e econômica.
 
A Lei n. 12.619/12, ao atacar o tripé da exploração – pagamento por comissão, descontrole de jornada e baixa remuneração - instaura um sistema que respeita os limites biológicos dos motoristas, que impede (por meio do pagamento por comissão) a super-exploração consentida pelo próprio motorista e, também, que trás à luz os custos ocultos inseridos no frete rodoviário, atribuindo esses custos aos verdadeiros beneficiários do serviço de transporte – principalmente embarcadoras e produtores rurais.
 
A norma, vigente há quase dois anos (logo, muito recente), embora sob intenso ataque, já apresenta importantíssimos resultados positivos: enquanto a violência no trânsito quase dobrou de 2007 a 2011, o número de mortos e feridos em acidentes envolvendo caminhões e ônibus caiu mais de 40% no mesmo período. Esse resultado se explica pelo seguinte fato: 25% dos motoristas já trabalham respeitando o limite legal de 08 horas diárias de trabalho e o número de motoristas que trabalham mais de 16 horas por dia caiu drasticamente.
 
Vale destacar, ainda, que o alcance da Lei 12.619\2012 vai muito além dos motoristas e caminhoneiros que trabalham nas estradas. Isto é, há na lei normas jurídicas que asseguram atendimentos prioritários para a categoria no SUS; cursos gratuitos de qualificação e reciclagem; seguro de vida obrigatório, dentre outras garantias.
 
Diante do exposto, pedimos o apoio de V. Excelências para REJEIÇÃO do Requerimento  nº 8.339/2013,  de autoria do Dep. Jovair Arantes - PTB/GO , que deverá ser apreciado pelo Plenário dessa Casa no dia 18/03/14, para propiciar uma maior discussão e consenso entre os participantes da Câmara de Estudos criada no âmbito do Ministério dos Transportes, uma vez que acreditamos alcançar pleno sucesso nos ajustes necessários à Lei nº 12.619/2012, na busca da moralização, segurança e valorização de nossa atividade.
 
Aproveitamos o ensejo para apresentar a Vossa Excelência nossos protestos de elevada estima e distinta consideração
 
                   Atenciosamente,

JOSÉ ARAÚJO DA SILVA - CHINA
PRESIDENTE
UNIÃO NACIONAL DOS CAMINHONEIROS – UNICAM

terça-feira, 11 de março de 2014

Coluna do Macaco Simão - Ueba! O Ganso desabrochou!

 

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E essa manchete no Dia da Mulher: "Carro capota com quatro pessoas e uma mulher!". Mulher não é gente!
E uma amiga: "Não somos mesmo, SOMOS MULHERES!".
E sábado, no Dia da Mulher, um grupo de mulheres fez uma festa em Curitiba: "Devemos Amar o Próximo". Porque o anterior já sabem que não deu certo mesmo!
E a Dercy mandou um recado lá do céu: "Parabéns a todo mundo que tem perereca, suas porras!". Rarará!
E o chargista Sinfronio revela uma decisão do PMDB: "Decidimos não cobrar mais cargos. Agora vamos cobrar em dinheiro vivo". Rarará! PMDB: Pomos a Mão no Dinheiro do Brasil!
E atenção! E o meu São Paulo? Fez cinco gols, CINCO: três a favor e dois contras! Fazemos qualquer tipo de gol! E o Antônio Carlos fez dois gols contra, com pena do Corinthians não fazer nenhum! Rarará!
E o Ceni não defendeu porque gol contra não se defende. Senão não seria gol contra!
E mais um gol contra e o Antônio Carlos ia pedir música no "Fantástico": "Show das Poderosas"! Rarará!
Diz que o Muricy gritava pra ele: "É pro outro lado, porra!" Mas ele não ouviu! E até o Ganso desabrochou! Essa é grande novidade: Ganso desabrocha! Rarará! E chega, porque tá proibido fazer trocadilho com Ganso e Putin!
E sabe como se chama gol contra em Portugal? Autogol! Antônio Carlos fez dois autogols!
E humor de futebol é baseado em estereótipos: corintiano é marginal e são-paulino é bambi. Não adianta levar a sério. Tanto que o site FuteboldaDepressão fez um verso: "O Pacaembu tá bonito! O Pacaembu tá engraçado! De um lado só bandido e do outro só viado". Ô esculhambação! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe!
O Brasileiro é Cordial! Olha esse cartaz: "Quem jogar macumba aqui, eu não vou na prefeitura mais não. Eu vou meter o braço". Rarará!
E essa outra num condomínio: "Pra quem jogou pipoca aqui, da próxima vez enfia no cu porque lá tem espaço". Fofos!
E o pessoal ainda tem medo do Kim Jong-un. Só porque ele mandou fuzilar o tio! Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje, só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!