quarta-feira, 21 de maio de 2014

Reservatório de água é descoberto através de diamante brasileiro


Um diamante marrom, de aparência suja, sem valor comercial, encontrado no Brasil, abriga informações sobre os elementos que compõem uma camada de extensa profundidade no Planeta.
Segundo pesquisadores da Universidade de Alberta (Canadá), em estudo publicado em março na revista científica Nature, o diamante possui um mineral denominado ringwoodite, que absorveu uma quantidade significativa de água ao longo do tempo. A descoberta do mineral aponta que existem imensas quantidades de recurso hídrico aprisionados em uma zona entre 410 e 660 km abaixo da superfície, entre as camadas superior e inferior da Terra.
O ringwoodite é uma forma do mineral peridoto, que se acredita existir em grande quantidade sob enorme pressão debaixo da Terra. A pesquisa constatou também que 2,5% do peso do mineral correspondem à quantidade de água encontrada nele.
De acordo com Graham Pearson, da Universidade de Alberta, que liderou a pesquisa, a amostra fornece confirmações de que existem trechos úmidos no fundo da Terra. Esta zona, em particular, classificada como zona de transição, pode ter a mesma quantidade de água de todos os oceanos do mundo juntos. Esta água não está na forma de oceanos líquidos subterrâneos, mas aprisionada em minerais, esclarecem os cientistas.
O diamante, o qual foi formado nas profundezas do solo, foi descoberto no ano de 2008 em Juína, no interior do Mato Grosso. Neste local, os mineradores o encontraram entre o cascalho de um rio pouco profundo. Segundo relato dos pesquisadores, ele foi levado para a superfície do planeta por uma rocha vulcânica conhecida como kimberlito.
Os ringwoodites também têm sido visto em meteoritos. No entanto, esta foi a primeira amostra terrestre encontrada.
Já existem debates entre alguns especialistas sobre a composição da zona de transição da Terra e se está repleta de água ou não. Para os pesquisadores, indicar que existe água lá tem implicações direcionadas ao estudo do vulcanismo e das placas tectônicas.
Fonte: Pensamento Verde

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