quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Ação mediúnica



A faculdade mediúnica se encontra em germe na constituição fisiológica dos homens, consoante acentuou Allan Kardec, em forma de "uma certa predisposição orgânica".

Recurso do Espírito, que é o seu portador legítimo, necessita de células especiais a fim de exteriorizar-se, como ocorre com as demais faculdades intelectuais e morais, que se expressam na convivência social e na atitude pessoal.

Exigindo a aplicação de variado elenco de recursos morais e culturais, pode ser educada para valiosos investimentos da vida.

Com finalidade específica estabelecida, deve ser exercitada de maneira consciente e equilibrada, sem o que não consegue alcançar a meta para qual se destina.

Polimorfa, na sua manifestação, expande-se de acordo com os recursos que lhe são colocados ao alcance.

Por isso mesmo, deve ser estudada com zelo, mediante a identificação dos sintomas, da sua fisiologia, recorrendo-se a austeras disciplinas geradoras de hábitos salutares, que facilitam o seu correto exercício.

A conduta moral é-lhe de vital importância, em razão das afinidades pessoais existentes entre aqueles que se movimentam nas equivalentes faixas vibratórias.

A faculdade mediúnica é, todavia, neutra em si mesma, sendo, o fenômeno a que dá origem, correspondente às condições ético-morais do médium.

Nesse sentido, a vigilância assume um compromisso de alta relevância, graças à qual a mente e a conduta selecionam o que é de mais benéfico para o melhor resultado das funções a que se propõem.

Torna-se necessário observar algumas regras para uso imediato por parte de quem deseje atuar mediunicamente com segurança e aproveitamento.

Certamente, o fenômeno ocorre, também desordenado, tumultuoso, obsessivo, de nível inferior, perturbando e confundindo aqueles que não se encontram equipados pelos conhecimentos para bem o conduzirem.

Assim, para a conquista de manifestações razoáveis e benéficas, tornam-se imperiosos:

. o estudo sistemático da mediunidade;
. o equilíbrio moral, especialmente no que corresponde à área da conduta sexual;
. o correto exercício da faculdade;
. a disciplina das emoções e manifestações nervosas;
. o clima de prece, meditação e pensamentos elevados;
. a ação constante no bem ao próximo, em última análise, benéfico para si próprio;
. a alimentação frugal nos dias reservados ao ministério;
. o repouso físico e a boa disposição, sem os choques intempestivos das emoções violentas...

Não estão apresentadas aqui todas as condições para um bom desempenho mediúnico, somente logrado através do tempo e sob a supervisão cuidadosa dos Espíritos Superiores.

Todavia, qualquer pessoa portadora de faculdade mediúnica, seguindo, à risca, as diretrizes relacionadas, conseguirá resultados expressivos e animadores, avançando para etapas mais significativas a caminho do mediunato, que somente se consegue por meio de abnegação e renúncia, ao lado do trabalho infatigável em favor do bem geral.

Conhecida em todos os tempos da cultura sócio-histórico-antropológica, na Terra, tem-se manifestado a ação mediúnica através de complexas expressões.

Nabucodonosor, o célebre rei da Assíria, com frequência visitado por Entidades perversas, assumia postura chocante sob a injução de doloroso fenômeno obsessivo que o maltratava mediunicamente.

Akenathon, o insigne faraó egípcio, inspirado por excelentes Numes Tutelares, penetrou, psiquicamente, no mundo espiritual, oferecendo nobre visão de Deus, através da deidade Athon representada no Astro-rei, que se faz presente em tudo e sustenta a vida...

Pitágoras, iniciado na comunicação com os Espíritos, ensinava as técnicas de educação espiritual, no seu santuário em Crotona.

Domício Nero, déspota e alienado, sofria a visita mediúnica da genitora e da esposa, que ele assassinara.

Na esfera do Cristianismo, as comunicações mediúnicas eram comuns, e o Apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, apresentou a "variedade dos dons" mediúnicos que se encontram presentes nas criaturas.

Francisco de Assis ou Teresa d'Ávila, Condorcet ou Voltaire, Schumann ou Schiller, para citar apenas alguns, foram instrumentos dos Imortais, que lhes tangiam as cordas sensíveis da alma, trazendo do Mundo Maior as belas páginas de diversificada cultura e arte que ainda deslumbram e comovem a Humanidade.


Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco

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